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 Suposta pressão de Geddel sobre esposa de Funaro é fato 'gravíssimo', diz juiz

Suposta pressão de Geddel sobre esposa de Funaro é fato 'gravíssimo', diz juiz




Na decisão que determinou a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, afirmou que a suposta pressão que o peemedebista exerceu sobre a esposa do doleiro Lúcio Funaro é um fato "gravíssimo".

Geddel foi preso nesta segunda-feira (3) acusado de agir para atrapalhar investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal – o ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff.

A investigação, que se concentra no período em que Geddel ocupou o cargo, teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O Ministério Público Federal (MPF) argumenta que Geddel atuou para evitar possíveis delações premiadas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Operação Lava Jato e também investigados na Cui Bono.

Segundo o MPF, Geddel tentou garantir que Cunha e Funaro recebessem vantagens indevidas para não fazer delação, além de "monitorar" o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.

Ao decidir pela prisão, o juiz afirmou que o monitoramento feito pelo ex-ministro, junto à esposa de Funaro, é "gravíssimo", porque a suposta pressão pode "influenciar testemunhas" que irão depor na fase de inquérito da Operação Cui Bono.

"É gravíssimo o recente fato de Geddel Vieira Lima ter entrado, por diversas vezes, em contato telefônico com a esposa de Lúcio Bolonha Funaro, com o intuito de verificar o ânimo do marido preso em firmar acordo de colaboração premiada, o que, segundo o próprio Lúcio Bolonha Funaro causou-lhe estranheza, já que Geddel não costumava ligar para ela, o que pode caracterizar um exercício de pressão sobre Lúcio Funaro e sua família", afirmou o magistrado na decisão.

"Em liberdade, Geddel Vieira Lima, pelas atitudes que vem tomando recentemente, pode dar continuidade a tentativas de influenciar testemunhas que irão depor na fase de inquérito da Operação Cui Bono, bem como contra pessoas próximas aos coinvestigados e réus presos", justificou.
Preso o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que ocupou Secretaria de Governo no governo Temer

Preso o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que ocupou Secretaria de Governo no governo Temer

'Pressão' de Geddel


No despacho, o juiz federal também afirma que não é a primeira vez que o ex-ministro "tenta persuadir pessoas ou pressioná-las". Ele afirma que, no pedido de prisão, a Polícia Federal e o MPF relembraram o caso em que Geddel teria pressionado o então ministro da Cultura Marcelo Calero para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador.

"Não é a primeira [vez] que Geddel Vieira tenta persuadir pessoas ou pressioná-las, conforme explana a autoridade policial ao mencionar episódio ocorrido há pouco tempo, embora não relacionado com os fatos: 'Outrossim, Geddel Vieira Lima já deu exemplo de ser capaz de utilizar sua influência política para tentar seu favorecimento indevido, como ocorreu recentemente no episódio que envolveu o ex-ministro Marcelo Calero, em que Geddel, então secretário de Governo da República, valeu-se de sua pública e notória influência para obter decisão administrativa que beneficiaria empreendimento em que havia adquirido imóvel particular, nada impedindo que volte a exercê-la, agora em questão até mais grave'", relembrou o juiz.

Além da suposta pressão que Geddel estaria fazendo para atrapalhas as investigações, o juiz justifica a prisão ao afirmar que o ex-ministro teria recebido cerca de R$ 20 milhões apenas da J&F em operações ilícitas no esquema de corrupção investigado.

Para o magistrado, solto, Geddel poderia "escamotear/esconder" esse dinheiro, que foi pago por Funaro em espécie. "Ademais, Geddel também tinha atuação direta e sem intermediários com os empresários tomadores de empréstimo [...] e é possível que tenha recebido outros valores milionários em apuração", disse.

"Fazendo-se necessária também aqui a prisão cautelar para que a decisão não possa 'cair no vazio' da ineficácia quanto à reparação de dano e devolução dos valores, caso ao final haja processo e sentença eventualmente condenatória (risco à ordem pública)", explicou o magistrado.

O juiz Vallisney Oliveira afirma ainda na decisão que, segundo depoimentos de outros investigados, mesmo fora da Caixa, Geddel exercicia "indevidamente" papel de comando nas decisões do banco. O magistrado cita que, de acordo com as investigações, o ex-ministro, utilizando-se de sua influência política, "prosseguiu em negociações ilícitas em desfavor da referida empresa pública".

Busca e apreensão


Ao autorizar a prisão de Geddel, o juiz negou pedido do Ministério Público para realizar busca e apreensão nos endereços do ex-ministro.

Ele explicou que, em dezembro do ano passado, tal medida já havia sido realizada a pedido do MPF e que a autorização de novas buscas seria uma repetição de sanção, o que é "desnecessário".

Ele, porém, autorizou que a PF apreendesse os celulares de Geddel "pela necessidade de se buscar elementos quanto à sua atuação a que se referem estes autos, no que pertine a contatos com esposa do réu Lúcio Funaro (operação Sépsis) e investigado na Operação Cui Bono".

Além da apreensão dos aparelhos, Vallisney também retirou o sigilo telefônico dos celulares do ex-ministro.






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