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Ilhéus: Morador da Nova Brasília promete acampar debaixo da ponte se for despejado

Ilhéus: Morador da Nova Brasília promete acampar debaixo da ponte se for despejado

Há dois anos, em maio de 2019, o Governo da Bahia baixou decreto declarando a utilidade pública para fins de desapropriação de imóveis da Nova Brasília, comunidade do bairro do Pontal, em Ilhéus. Parte dos proprietários afetados pela decisão recusou os valores das indenizações oferecidas pelo estado, e o caso foi parar na 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Ilhéus, que ordenou, em fevereiro de 2021, a desocupação de cinco imóveis no prazo de 24 horas, conforme noticiou o Blog do Gusmão.

Notificadas nesta semana da decisão, as famílias vão pedir prazo de 30 dias ao juiz Alex Venicius Miranda, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública, para deixar os imóveis. O advogado Gabriel Souza, que representa os moradores, disse ao PIMENTA que o pedido será formalizado ainda nesta sexta-feira (30).

Segundo Gabriel, o aumento do prazo é razoável, pois as pessoas precisam de tempo para encontrar outro lugar para viver.

As indenizações oferecidas pelos imóveis variam de R$ 15 mil a R$ 45 mil. A definição dos valores não leva em conta os terrenos porque, segundo o governo, eles pertencem à União.

De acordo com o advogado, o Governo da Bahia alega que as desapropriações são necessárias para a conclusão das obras em torno da Ponte Jorge Amado. A Defensoria Pública do Estado da Bahia tomou conhecimento do caso e presta assistência aos moradores afetados.

Na terceira travessa da Nova Brasília, a mais próxima do Morro de Pernambuco, pelo menos duas casas já foram demolidas. Gabriel explicou que esses imóveis não estão envolvidos no processo judicial.

ACAMPAMENTO NO CARTÃO POSTAL

A Ponte Jorge Amado transformou o trânsito entre o Centro e a Zona Sul de Ilhéus, com impactos positivos para a mobilidade urbana. Além disso, caiu nas graças da população e de seus representantes políticos como o novo cartão postal da linda Princesa do Sul. Esses benefícios ao conjunto da sociedade tiveram também custos sociais. Essa conta foi paga, em grande parte, pelos moradores da Nova Brasília e adjacências, sobretudo aqueles que perderam a qualidade de vida da morada à beira-mar.

Sob a condição de ter a identidade mantida em sigilo, um morador da comunidade disse ao PIMENTA que, se for tirado da sua casa por policiais, vai montar acampamento debaixo da Ponte Jorge Amado, pois não tem outro lugar para onde ir.

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