Em encontro com empresários da indústria química nesta sexta-feira, 8, o presidente Michel Temer condicionou a discussão da reforma tributária - uma reivindicação de longa data do setor - à aprovação da reforma da Previdência, que pode vir a entrar em pauta nos dias 18 e 19 de dezembro. Segundo o peemedebista, a aprovação da matéria necessita do apoio de todos os segmentos, já que os deputados estão receosos de enfrentar o tema às vésperas do ano eleitoral.
Em seu discurso na abertura do 22º Encontro Nacional da Indústria Química, na capital paulista, Temer fez um apelo aos executivos e empresários. "Faço aqui um apelo aos senhores: precisamos aprovar a reforma previdenciária. Estamos em uma fase pré-eleitoral e muito legitimamente os deputados têm preocupação em votar esse tema delicado", disse o presidente.
ENTENDA: O vaivém da reforma da Previdência
Temer criticou a forma como os críticos do projeto estão levando o debate. "Não é verdade que a reforma vai prejudicar os trabalhadores, porque 64% deles ganham entre 1,5 e 2 salários mínimos. Não vamos tirar aposentadoria de ninguém. Fala-se de um limite de idade muito alto, mas somente em 2038 a idade mínima vai chegar a 65 anos", argumentou, acrescentando que o novo texto da reforma não vai mais afetar os trabalhadores rurais, idosos pobres, deficientes ou aqueles que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). "Quem combate a reforma da Previdência precisa dizer que é a favor da manutenção dos privilégios."
TRANSIÇÃO DO INSS: Não há corte de idade para acessar a transição | Pedágio será de 30% sobre o tempo de contribuição que falta para se aposentar segundo as regras atuais | Idade mínima inicial de 53 anos para mulher e de 55 anos para homem | Aumento na idade mínima da transição de 11 meses para mulher e de 1 ano para homem a cada biênio a partir de 2020 | A idade mínima do trabalhador é aquela que estiver fixada para o ano em que ele completará o tempo de contribuição mais o pedágio (se for daqui 7 anos, o trabalhador deve mirar na idade de 2025, considerando que as regras valham a partir do ano que vem)
O presidente pediu que os presentes organizassem uma "força-tarefa" para convencer os deputados e argumentou que, após a aprovação da reforma previdenciária, poderia passar ao tema da "simplificação tributária", como prefere tratar o tema. "Este não é trabalho só do presidente ou do governo, mas de todos", afirmou.
"Vamos aproveitar que hoje o clima está favorável, a imprensa está a favor", apelou. "Feita a reforma previdenciária, na sequência temos a simplificação tributária e aí teremos entregue o país arrumado, colocado nos trilhos", disse.
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