Um acionista minoritário da Triunfo Participações (TPIS3.SA) pediu para reguladores investigarem se o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) usou informação privilegiada para vender ações da companhia de infraestrutura antes da decisão de recuperação extrajudicial da empresa ser tomada.
Em uma carta à qual a Reuters teve acesso, o investidor Christian Bojlesen afirmou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o BNDESPar, que já foi segundo maior acionista da Triunfo, pode ter vendido ações da empresa neste ano para evitar a recuperação extrajudicial da companhia no mês passado.
A carta afirma que o BNDES, com um representante no conselho da Triunfo, supostamente começou a exercer garantias sobre dois empréstimos vencidos da Triunfo em janeiro e fevereiro. O banco de fomento também pode ter começado a vender ações da Triunfo assim que a companhia começou a discutir a possibilidade de uma recuperação extrajudicial, afirma Bojlesen no documento.
Entre abril e julho, o BNDESPar reduziu sua participação na Triunfo de 14,8 para 5,1 por cento, o que ajudou a ação a cair 41 por cento.
A opção pela recuperação extrajudicial "somente foi tornada pública em 23 de julho", quando a Triunfo alcançou um acordo de reestruturação com credores diferentes do BNDES, afirmou o investidor.
A reestruturação derivou do calote da Triunfo em um empréstimo de 800 milhões de reais no ano passado.
Representantes do BNDESPar e do BNDES não comentaram de imediato o assunto. A Triunfo não se manifestou.
Em 22 de julho, uma dezena de bancos aderiu a proposta de recuperação extrajudicial para reestruturar dívida de 2,1 bilhões de reais da Triunfo, dando à empresa tempo para completar projetos e reduzir seu tamanho gradualmente.
Na semana passada, BNDES e BNDESPar abriram processo para suspensão da recuperação extrajudicial da Triunfo e continuar os procedimentos de execução de garantias.
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