Filha de baiana, compositora de 'Despacito' diz que buscou respeito à mulher em hit mundial: 'Responsabilidade'

Uma das compositoras de "Despacito", o hit mais tocado no mundo no momento, a panamenha Erika Ender, que é filha de uma baiana, concedeu uma entrevista ao repórter José Raimundo, da TV Bahia (afiliada da Rede Globo), na casa de familiares em Salvador, na Bahia.

Anualmente, ela aterrissa em solo soteropolitano para visitar tios que moram na capital baiana. Durante o encontro, que ocorreu na região de Colinas de Pituaçu, revelou que a canção nasceu com a responsabilidade de cuidar da imagem da mulher.

"A gente fez com tanto carinho, com tanta responsabilidade essa música. Sendo parte do gênero urbano, a gente queria tomar conta da mensagem que muitas vezes pode ser agressiva com as mulheres nesse gênero. Mas tinha uma mulher por trás, né? Então, tinha que ser uma coisa de respeito, de curtir a vida, de entreter, mas ao mesmo tempo com uma mensagem positiva", declarou.

Erika destaca como ocorreu a parceria com o cantor porto-riquenho Luis Fonsi, artista que canta o hit que se tornou a primeira canção em espanhol a reinar nos Estados Unidos desde "Macarena", que conseguiu o feito em 1996.

"Há mais de 10 anos, a gente já escreveu outras músicas em outros discos. Aí ele ligou para mim: 'Você está em Miami?'. Eu sempre estou voando, né? Aí eu falei: 'tô'. [Ele disse] 'Venha aqui em casa que estou com uma ideia na cabeça, eu quero construir essa ideia com você. Ele já estava com a ideia do Despacito, no nome da música, já estava com alguma parte da melodia, do começo do refrão. Aí, a gente modificou um pouquinho. Foi armando tudo do zero", lembrou.

A compositora explica como enxerga a canção. "Despacito significa isso: devagarinho. Eu acho que é uma forma assim de curtir o caminho, não de correr para chegar rápido no final. A vida é bem melhor quando a gente curte 'despacito'", afirmou.

Tio da compositora, o produtor musical André Simões disse que a musicalidade está no sangue da família. "Da família da gente, quando não músicos somos música. As pessoas vão começar a conhecer o talento dela". Ao lado do tio, Erika Ender destaca a importância da família na sua trajetória artística.

"O vínculo maior que tenho é a minha família. Minha mãe sempre manteve isso dentro do coração da minha irmã e meu também. A gente sempre vem passar natal, réveillon aqui, as férias com a família. Para mim, o Brasil começa na minha família", contou a compositora, que mora nos Estados Unidos.

No Brasil, Erika Ender conta que já fez alguns trabalhos. "Eu já trabalhei no Brasil várias vezes. Já tive Leonardo que gravou música minha, já tive duas músicas na Rede Globo Internacional", descreveu.

Sertanejo no currículo

Em 25 anos de carreira, Erika ajudou a criar desde baladas como "Cinco minutos", umas das músicas mais famosas da mexicana Gloria Trevi, e "Candela", do portorriquenho Chayanne, a hits da salsa, entre eles "Me corta el alma", de Víctor Manuelle, também de Porto Rico. Arriscou-se ainda no sertanejo brasileiro, quando trabalhou com Leonardo em "Quero acender teu fogo".

A trajetória musical lhe rendeu prêmios no Grammy Latino e no Latin Billboard e uma posição na lista das 50 mulheres mais poderosas da América Central, segundo a revista "Forbes". Mas seu currículo vai além das composições: a artista também é uma personalidade da televisão hispânica, com participações em séries e reality shows.

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