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Concurso diplomata 2017/2018: inscrições abertas. Veja entrevista com diretor do Instituto Rio Branco

Morar e trabalhar no exterior é o sonho de muitas pessoas. E a carreira de diplomata traz essa possibilidade. Além dos atrativos financeiros – as remunerações iniciais no Brasil são de R$17.393,40 –, o cargo proporciona a chance de conhecer novas culturas, trocar experiências e adquirir diferentes conhecimentos.
E se você possui formação superior e tem o sonho de ser um diplomata, essa é a chance de torná-lo em realidade. Isso porque o Ministério das Relações Exteriores recebe inscrições, até o dia 10 de julho, no concurso que visa ao preenchimento de 30 vagas na carreira.
A partir de janeiro de 2018, os aprovados no concurso farão o curso de formação de diplomatas no Instituto Rio Branco, em Brasília. Durante um ano, conhecerão o universo diplomático e aprenderão como atuar no exterior.
Para dar detalhes sobre o curso de formação e falar um pouco sobre a carreira de diplomata, entrevistamos o diretor-geral do Instituto Rio Branco, embaixador José Estanislau do Amaral. Como diplomata, ele já atuou em diversos países, tais como Suíça, Síria, México e Argentina. "Trabalhar como diplomata me trouxe uma visão muito mais rica e diversificada do que é o mundo e uma quantidade enorme de gratas recordações e boas experiências", comenta o embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática.
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O diretor geral do Instituto Rio Branco, embaixador José Estanislau, acredita que a carreira diplomática é rica e traz ótimas experiências. Foto: Divulgação. |
Qual o objetivo do curso para formação de diplomatas?
José Estanislau do Amaral - O principal objetivo do curso é aprofundar alguns conhecimentos em política internacional, economia e línguas estrangeiras. Além de ensinar outros aspectos como relacionamento com a imprensa e prepará-los, realmente, para a atuação no exterior. Durante o curso, os alunos estarão submetidos a exames, notas e leituras obrigatórias. Nesse período, eles já recebem a remuneração especificada em edital.
A oferta em edital sempre tem sido de 30 vagas. No entanto, existe a possibilidade de um número maior de aprovados ser convocado?
Nós últimos dois anos tem sido de 30 vagas. Mas isso é variável de ano a ano. Já tivemos, por exemplo, a oferta de 18 vagas. No entanto, não existe a possibilidade de mais convocados, porque isso depende da disponibilidade orçamentária, que é autorizada pelo Ministério do Planejamento. E a autorização que nós temos é somente para 30. Portanto, não há possibilidade de aumento.
Que perfil uma pessoa precisa ter para se tornar um diplomata?
Em termos de perfil, um diplomata deve ter um bom nível de conhecimento de línguas estrangeiras. Porque a língua é um instrumento do dia a dia, para escrever, falar e negociar. E também ter um conhecimento muito aprofundado de história e política internacional. Essas são as áreas que um bom diplomata deve dominar, além de economia e direito. Também diria que o diplomata precisa ter atitude e habilidades.
Quais seriam essas habilidades?
Uma delas é a disponibilidade para conhecer o mundo e para se interessar pelo outro. Porque o diplomata viverá em diferentes lugares e é preciso que ele tenha a capacidade de se interessar pelos lugares onde estará. Ele não irá se adaptar se não tiver interesse por novas culturas. Outra habilidade que acho muito importante é a abertura ao diálogo, à tolerância. Ele tem que saber escutar. Um bom diplomata nunca é uma pessoa fechada em si própria e autoritária.
Após o curso de formação, em quanto tempo os novos diplomatas serão enviados para o exterior?
Eles precisam permanecer cerca de dois anos no Brasil, após o término do curso, atuando no Itamaraty ou cedidos para outros órgãos. O tempo que ele demora para ser enviado ao exterior é variável. O Itamaraty é bastante flexível, vai depender do interesse e da disponibilidade do diplomata. Em média, nos três anos seguintes pós Instituto Rio Branco, todos acabam saindo. Afinal de contas, eles entram no Itamaraty para morar no exterior. A grande diferença da área diplomática é que existe essa permanência no exterior.
Diretor geral do Instituto Rio Branco O diretor geral do Instituto Rio Branco, embaixador José Estanislau, acredita que a carreira diplomática é rica e traz ótimas experiências. Foto: Divulgação.
Como funciona a escolha do país de atuação?
Eles só sabem dos possíveis locais de atuação quando o plano de remoções é publicado. Nessa plano está especificado quantas vagas estarão disponíveis e em quais países. Os diplomatas indicam, por ordem de preferência, os postos que desejam atuar. E quem dá a decisão final é o Departamento de Serviço Exterior. Pode ser que não consigam o primeiro posto da sua lista, mas sempre sairão para um posto que atende a sua escolha. A cada três anos, existe a possibilidade dos diplomatas mudarem de países de atuação. O processo de seleção é o mesmo.
Quais são os países mais procurados?
Os países da Europa, América do Norte e Latina são bastante procurados. Mas existem alguns postos que são importantes diplomaticamente, apesar de longe, que também são muito procurados, como China, Índia e Rússia.
Ao trabalhar no exterior, para quanto passa a remuneração dos diplomatas? A quais vantagens eles têm direito?
Quando o diplomata passa a atuar no exterior, a remuneração varia muito de posto para posto, em função de custo de vida. Porque ele deixa de receber em reais e passa a receber em dólares. O Itamaraty não custeia a escola dos filhos, por exemplo. Mas existe o auxílio residência, que paga o local de moradia totalmente em alguns lugares e parcialmente em outros.
Aparentemente, só existem vantagens em morar no exterior e atuar como diplomata. Mas também existem dificuldades? Quais seriam elas?
Claro que existem dificuldades. Tem lugares no exterior que existem situações de conflito, como por exemplo, a Síria. Há países com violência generalizada, criminalidade, guerras com maior ou menor intensidade. Não é um paraíso sempre viver no exterior. A carreira diplomática exige um tipo de personalidade muito resistente e sólida, porque viver em mudança constante é um desafio.
Conte um pouco sobre sua trajetória como diplomata. Essa experiência mudou sua vida não só no aspecto financeiro, mas também na formação como cidadão?
Atuei na Suíça duas vezes, na Argentina, México, Copenhague, Síria e Tunísia. O que isso me trouxe foi uma visão muito mais rica e diversificada do que é o mundo, além de uma quantidade enorme de gratas recordações e boas experiência. A possibilidade de ter essa riqueza e diversidade de experiências é uma coisa única do Itamaraty. É como se a cada três anos você começasse um novo trabalho, uma nova carreira. A reciclagem é permanente e a mudança é constante. Na minha opinião, isso que faz do Itamaraty um lugar interessante para se trabalhar. Não há repetição, não há monotonia.
Qual mensagem pode deixar para os candidatos desse novo concurso?
Ser diplomata vale a pena, é interessante. É uma profissão em que não há repetição, não há monotonia. Portanto, perseverem! Caso não entrem na primeira ou na segunda tentativa, continuem. Boa sorte!
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