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Força Nacional encarregadas de impedir a chegada de drogas ao Rio |
Do O Globo: Rio de Janeiro - Números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicam que as tropas da Força Nacional encarregadas de impedir a chegada de drogas ao Rio terão um grande desafio pela frente. Entre 2014 e 2016, a quantidade de maconha apreendida pela corporação no estado subiu de 4,6 para 14 toneladas, o que corresponde a um aumento de 200%. As apreensões de crack, cujas vendas cresceram em todo o território fluminense, tiveram um salto de 9.000% no mesmo período. Nesta segunda-feira, o efetivo de 300 agentes que chegou ao Rio na semana passada, vindo de vários estados do país, começou a reforçar o policiamento em três vias — as rodovias Presidente Dutra e Washington Luís e a Avenida Brasil.
Por volta das 6h, os agentes da Força Nacional se posicionaram em 20 pontos do Rio, principalmente em acessos a estradas. A chegada deles também tem como objetivo reduzir os roubos de cargas, que, segundo investigadores, têm crescido no estado para financiar o tráfico de drogas. Além de reforçar a segurança em vias de grande fluxo, a chegada da Força Nacional liberou policiais do 41º BPM (Irajá) para uma ocupação do Complexo do Chapadão, de onde partem quadrilhas para atacar caminhoneiros que chegam à cidade. Os agentes, a princípio, devem permanecer no estado por 90 dias, mas o govenro federal já adiantou que o prazo poderá ser estendido.
CONCENTRAÇÃO DE ROUBOS DE CARGAS
Levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que três rodovias federais concentraram 82,8% dos roubos de cargas que ocorreram no estado de janeiro a março deste ano. Ao todo, foram 1.925 ocorrências, sendo 320 delas na Dutra, na BR-040 e na BR-101.
No topo das estatísticas, está a Rodovia Presidente Dutra, com 134 registros. Só no trecho fluminense da principal ligação entre Rio e São Paulo, as duas maiores metrópoles do país, houve, desde o início deste ano, um roubo de carga a cada 21 horas, aproximadamente. Em seguida, vem a BR-101 Norte (a partir da Ponte Rio-Niterói), com 72 casos, e a BR-040, com 59.
Os números de prisões de suspeitos envolvidos com roubos de carga também estão em curva ascendente. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o total de detidos aumentou 180% de 2015 até o primeiro quadrimestre de 2017, considerando apenas os casos de flagrantes. Segundo a corporação, o combate ao roubo de cargas tem sido uma prioridade, inclusive com a criação de uma base de operações aéreas no estado.
— A principal ação que agravou a questão do roubo de carga foi a migração da mão de obra do tráfico para esse crime. Atrelado a isso, há uma dificuldade de investimento no monitoramento das vias. Temos uma central operacional, mas só conseguimos acesso às nossas câmeras — afirmou o superintendente substituto regional da PRF no Rio, Rafael Alvim. — Essa rede (de câmeras) poderia ser integrada ao sistema das rodovias, das concessionárias. Com isso, eu conseguiria monitorar quase quilômetro a quilômetro. Depende apenas de um acordo político. O efeito na fiscalização seria grande. Com uma integração entre os ministérios da Justiça e dos Transportes, esse acordo seria mais fácil de sair do papel.
Nas três rodovias, a Polícia Rodoviária Federal dispõe de 18 bases. Corredor financeiro do país, a Via Dutra possui no trecho fluminense quatro postos da PRF, além de dois pontos de apoio, segundo o superintendente. Já a BR-040, por sua vez, conta com dois postos, um ponto de apoio e duas delegacias ao longo do percurso. A BR-101 tem cinco postos e duas sedes de delegacias.
DÉFICIT NA SEGURANÇA DAS ESTRADAS
Diretor de segurança do Sindicarga, o coronel Venâncio Moura avalia que o monitoramento dessas rodovias qualifica o policiamento. Para ele, entretanto, é fundamental resolver o déficit no efetivo da PRF. Embora não sejam divulgados dados oficiais, estima-se que há um déficit de pelo menos 350 homens na corporação do Rio.
— Se aumentarem o efetivo e o colocarem, por exemplo, nos trechos que dão acesso aos complexos do Chapadão e da Pedreira, já vai melhorar muito — afirma Moura, acrescentando que a mancha de criminalidade se alterou a partir de 2014: — Até 2013, quem roubava cargas era quadrilha especializada, o que mantinha os números em níveis toleráveis. Quando o tráfico começou a investir nisso, as ocorrências crescem consideravelmente. O quadro começa a ficar crítico em 2014, e, desde então, só tem piorado. Hoje, as transportadoras de cargas são confundidas com empresas de segurança e gastam entre 25% e 30% da sua receita só com itens contra ataques.
No plano para reduzir essas ocorrências, está a ocupação do Complexo do Chapadão, anunciada ontem pelo porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz. Ele disse que a tomada do conjunto de favelas só foi possível com a ajuda da Força Nacional. Além do combate ao roubo de cargas, a operação deverá ter efeito, segundo ele, na repressão ao tráfico de drogas e ao roubo de veículos. A ocupação contou com 50 policiais militares. Alguns veículos roubados foram recuperados.
— A chegada da Força Nacional deu a chance de o batalhão da PM em Irajá ocupar a área. Não foi registrado nenhum tiroteio durante a ocupação, e conseguimos recuperar vários carros roubados. Para ocupar o Chapadão, era necessário montar um cinto de segurança ao redor do complexo, mas faltava efetivo na Polícia Militar. Enquanto a Força Nacional estiver presente no Rio, os PMs ficarão no complexo — disse Blaz.
Um preocupação das autoridades é o aumento do número de armas em poder de criminosos. Usados em guerras, com grande poder de fogo e capazes da alcançar um alvo a longa distância, os fuzis são encontrados com facilidade nas mãos de traficantes do Rio. Segundo dados do ISP, houve recorde de apreensão desse tipo de armamento em 2016: foram 371. Em 2007, quando a contagem começou, policiais recolheram 214, ou seja, houve um aumento de 72%. Ao longo dos últimos dez anos, o total apreendido chegou a 2.615.
Somente nos três primeiros meses deste ano, foram recolhidos com bandidos 119 fuzis. No mesmo período do ano passado, foram apreendidos 76, um crescimento de 56%, de acordo com o ISP.
Na semana passada, em Brasília, o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), reconheceu que o governo fluminense não consegue resolver sozinho o problema da criminalidade. Ele anunciou que o estado será o laboratório de um modelo novo de segurança, que a União poderá levar para outras regiões do país. A inspiração é o esquema de policiamento montado para a Olimpíada. Além do combate ao crime, o governo federal quer dar apoio a ações sociais em comunidades.
Fonte: O Globo
Por volta das 6h, os agentes da Força Nacional se posicionaram em 20 pontos do Rio, principalmente em acessos a estradas. A chegada deles também tem como objetivo reduzir os roubos de cargas, que, segundo investigadores, têm crescido no estado para financiar o tráfico de drogas. Além de reforçar a segurança em vias de grande fluxo, a chegada da Força Nacional liberou policiais do 41º BPM (Irajá) para uma ocupação do Complexo do Chapadão, de onde partem quadrilhas para atacar caminhoneiros que chegam à cidade. Os agentes, a princípio, devem permanecer no estado por 90 dias, mas o govenro federal já adiantou que o prazo poderá ser estendido.
CONCENTRAÇÃO DE ROUBOS DE CARGAS
Levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que três rodovias federais concentraram 82,8% dos roubos de cargas que ocorreram no estado de janeiro a março deste ano. Ao todo, foram 1.925 ocorrências, sendo 320 delas na Dutra, na BR-040 e na BR-101.
No topo das estatísticas, está a Rodovia Presidente Dutra, com 134 registros. Só no trecho fluminense da principal ligação entre Rio e São Paulo, as duas maiores metrópoles do país, houve, desde o início deste ano, um roubo de carga a cada 21 horas, aproximadamente. Em seguida, vem a BR-101 Norte (a partir da Ponte Rio-Niterói), com 72 casos, e a BR-040, com 59.
Os números de prisões de suspeitos envolvidos com roubos de carga também estão em curva ascendente. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o total de detidos aumentou 180% de 2015 até o primeiro quadrimestre de 2017, considerando apenas os casos de flagrantes. Segundo a corporação, o combate ao roubo de cargas tem sido uma prioridade, inclusive com a criação de uma base de operações aéreas no estado.
— A principal ação que agravou a questão do roubo de carga foi a migração da mão de obra do tráfico para esse crime. Atrelado a isso, há uma dificuldade de investimento no monitoramento das vias. Temos uma central operacional, mas só conseguimos acesso às nossas câmeras — afirmou o superintendente substituto regional da PRF no Rio, Rafael Alvim. — Essa rede (de câmeras) poderia ser integrada ao sistema das rodovias, das concessionárias. Com isso, eu conseguiria monitorar quase quilômetro a quilômetro. Depende apenas de um acordo político. O efeito na fiscalização seria grande. Com uma integração entre os ministérios da Justiça e dos Transportes, esse acordo seria mais fácil de sair do papel.
Nas três rodovias, a Polícia Rodoviária Federal dispõe de 18 bases. Corredor financeiro do país, a Via Dutra possui no trecho fluminense quatro postos da PRF, além de dois pontos de apoio, segundo o superintendente. Já a BR-040, por sua vez, conta com dois postos, um ponto de apoio e duas delegacias ao longo do percurso. A BR-101 tem cinco postos e duas sedes de delegacias.
DÉFICIT NA SEGURANÇA DAS ESTRADAS
Diretor de segurança do Sindicarga, o coronel Venâncio Moura avalia que o monitoramento dessas rodovias qualifica o policiamento. Para ele, entretanto, é fundamental resolver o déficit no efetivo da PRF. Embora não sejam divulgados dados oficiais, estima-se que há um déficit de pelo menos 350 homens na corporação do Rio.
— Se aumentarem o efetivo e o colocarem, por exemplo, nos trechos que dão acesso aos complexos do Chapadão e da Pedreira, já vai melhorar muito — afirma Moura, acrescentando que a mancha de criminalidade se alterou a partir de 2014: — Até 2013, quem roubava cargas era quadrilha especializada, o que mantinha os números em níveis toleráveis. Quando o tráfico começou a investir nisso, as ocorrências crescem consideravelmente. O quadro começa a ficar crítico em 2014, e, desde então, só tem piorado. Hoje, as transportadoras de cargas são confundidas com empresas de segurança e gastam entre 25% e 30% da sua receita só com itens contra ataques.
No plano para reduzir essas ocorrências, está a ocupação do Complexo do Chapadão, anunciada ontem pelo porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz. Ele disse que a tomada do conjunto de favelas só foi possível com a ajuda da Força Nacional. Além do combate ao roubo de cargas, a operação deverá ter efeito, segundo ele, na repressão ao tráfico de drogas e ao roubo de veículos. A ocupação contou com 50 policiais militares. Alguns veículos roubados foram recuperados.
— A chegada da Força Nacional deu a chance de o batalhão da PM em Irajá ocupar a área. Não foi registrado nenhum tiroteio durante a ocupação, e conseguimos recuperar vários carros roubados. Para ocupar o Chapadão, era necessário montar um cinto de segurança ao redor do complexo, mas faltava efetivo na Polícia Militar. Enquanto a Força Nacional estiver presente no Rio, os PMs ficarão no complexo — disse Blaz.
Um preocupação das autoridades é o aumento do número de armas em poder de criminosos. Usados em guerras, com grande poder de fogo e capazes da alcançar um alvo a longa distância, os fuzis são encontrados com facilidade nas mãos de traficantes do Rio. Segundo dados do ISP, houve recorde de apreensão desse tipo de armamento em 2016: foram 371. Em 2007, quando a contagem começou, policiais recolheram 214, ou seja, houve um aumento de 72%. Ao longo dos últimos dez anos, o total apreendido chegou a 2.615.
Somente nos três primeiros meses deste ano, foram recolhidos com bandidos 119 fuzis. No mesmo período do ano passado, foram apreendidos 76, um crescimento de 56%, de acordo com o ISP.
Na semana passada, em Brasília, o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), reconheceu que o governo fluminense não consegue resolver sozinho o problema da criminalidade. Ele anunciou que o estado será o laboratório de um modelo novo de segurança, que a União poderá levar para outras regiões do país. A inspiração é o esquema de policiamento montado para a Olimpíada. Além do combate ao crime, o governo federal quer dar apoio a ações sociais em comunidades.
Fonte: O Globo
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