François Ozon se aventura em suspense psicossexual exibido em Cannes

Os críticos do Festival Internacional de Cinema de Cannes deste ano tiveram o que falar nesta sexta-feira após a sessão de "L'Amant Double", o filme mais recente do prolífico diretor francês François Ozon.

A história de uma jovem que tem um caso com seu psiquiatra e depois com seu irmão gêmeo é repleta de sexo e ainda mais de simbolismo freudiano em um filme que Ozon disse ter emprestado dos estilos de Alfred Hitchcock, Brian De Palma e David Cronenberg.

Longe dos títulos intelectualizados que costumam vencer em Cannes, "L'Amant Double" é uma travessura que Peter Bradshaw, do jornal Guardian, classificou como "um filme de visual loucamente antiquado e derivativo, uma aventura excêntrica de malícia fantasiosa" que pode se tornar um "clássico camp".

O próprio Ozon disse que se divertiu expandindo as fronteiras do gênero suspense erótico que visitou antes em produções como "Swimming Pool – À Beira da Piscina", de 2003, que também competiu em Cannes.

"Adoro a maneira como De Palma desconstrói o suspense e como ele se diverte com os códigos de gênero", disse Ozon, referindo-se ao diretor de "Vestida para Matar".

O filme foi aplaudido com entusiasmo em uma exibição pública em Cannes, mas os críticos não ficaram tão impressionados.

"Simbólico demais, o filme descamba para uma bad trip sexy-chic completamente estéril que é horrivelmente transparente. Um amálgama aleatório do cinema neurótico de (Roman) Polanski, do voyeurismo doentio de De Palma e do show de aberrações de Cronenberg", escreveu Renan Cros no site de cultura francesa Cinemateaser.

As críticas não devem abalar Ozon, que produz em média um filme por ano e obviamente tratou "L'Amant Double" com ironia intencional.

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